|
|
|
|
|
|
|
|
Existem várias leis que fazem das várias formas de assédio serem crimes, é importante conhecê-las, mas não são elas que motivam o CTA a estudar o tema. Também não é para seremos "politicamente correto", nem para não sermos cancelados. Nosso objetivo é criar um espaço seguro, onde as pessoas não se sintam ameaçadas e possam viver uma vida tranquila sem ter sua dignidade ameaçada.
|
|
|
Criar um espaço seguro significa que as pessoas que frequentam o espaço se tratam com carinho e respeito, que estão dispostas a aprender mais para evitar reproduzir violências, e que vão aprender a se comunicar e relacionar com respeito as diferenças. Um espaço seguro é também uma infraestrutura acolhedora, por exemplo, com acessibilidade para PCDs (pessoas com decifiência), banheiros sem gênero, etc.
|
|
|
Considerando que o CTA não tem total controle sobre o seu espaço, já que é um laboratório dentro do Instituto de Física da UFRGS, não podemos garantir que todo nosso espaço será acolhedor, mas podemos pensar em, como ações futuras, trabalhar dentro do IF para construir esses espaços. Outra questão é que o CTA é um espaço com muita rotatvidade de pessoas, então temos que lembrar de abordar esses temas com frequência, para que us noves colaboradores estejam familiarizades com esses temas. Essa rotatividade significa também que todes que frequantam o CTA devem lembrar que nem todes já foram expostos a essas reflexões, e que estão aprendendo. Portanto, **a postura de integrantes mais antigos deve ser de buscar ensinar, e não de fiscalizar**.
|
|
|
Os escritos abaixo foram registrados principalmente por Marina, mas qualquer contribuição é bem-vinda.
|
|
|
|
|
|
[[_TOC_]]
|
|
|
|
|
|
# Linguagem
|
|
|
|
|
|
Entendemos que a linguagem escrita e oral, como parte fundamental da nossa comunicação, é uma forma de carinho e acolhimento. Para além de "certos" e "errados", acreditamos que a forma a qual nos referimos as pessoas ao nosso redor deve ser carinhosa e cuidadosa. Por isso, a equipe do CTA está na busca de introduzir uma linguagem neutra e acessível.
|
|
|
Essa página tem como objetivo reunir informações sobre a linguagem neutra e acessível, além de dicas de escrita e fala.
|
|
|
|
|
|
## Linguagem Neutra e Acessível
|
|
|
|
|
|
A língua portuguesa adota o masculino como padrão. Por isso, quando se fala no plural, ou no geral, se diz "todos", "engenheiros", "os deputados", etc. Essa prática invisibiliza pessoas que não são homens, como um reflexo de uma linguagem criada em uma sociedade machista em que o homem-cis é o representante universal. Reproduzir essa linguagem é, em certo nível, reproduzir o machismo e a transfobia estruturais.
|
|
|
Além disso, pessoas que não se encaixam nesse padrão não são, e não costumam se sentir, representadas. Por isso, não se vem sendo consideradas. Um exemplo trazido por Paula Ribas em [seu texto](https://medium.com/coragem/adotando-a-linguagem-neutra-de-g%C3%AAnero-e509e6e4e06c), mostra que ao pesquisar no buscador de internet pela frase "Você está *pronto*?", os resultados apontam para artigos que se referem a "Você está pronto para seu emprego?", ou "Você está pronto para ganhar?", enquanto a mesma pesquisa no feminino, "Você está *pronta?", retorna resultados de artigos sobre "Você está pronta para namorar/casar?". Esse é um simples exemplo de como o masculino não representa o geral, e sim, representa um papel de gênero pré-estabelecido pela sociedade, que propositalmente exclui as outras pessoas.
|
|
|
Uma solução é sempre se referir ao masculino e ao feminino, usando "todas e todos", por exemplo. Porém, essa opção desconsidera pessoas não-binárias. Pessoas não-binárias são pessoas que não se identificam com o binarismo de gênero (homem ou mulher) imposto culturalmente. O constante destaque do gênero na linguagem também força que seja atribuída a cada pessoa um gênero. Por exemplo, ao conhecer uma pessoa nova, é comum que seja atribuída a ela um gênero, olhamos e pensamos "É homem", ou "É mulher", e então passamos a nos referir a ela com pronomes masculinos ou femininos. Porém, não é obrigação de ninguém performar, se vestir, e se expressar de acordo com nenhum gênero em específico. Mulheres podem ter barba, homens podem ter mamas e pessoas não-binárias não precisam ser andrógenas. Portanto, classificar a identidade de gẽnero ("ser homem", "ser mulher", etc.) de alguém e atribuir a ela pronomes específicos baseando-se apenas na forma como ela se veste ou se porta é uma grande violência para pessoas que não seguem os padrões binários cis-hetero-normativos ("agir como homem" ou "agir como mulher"). Para quem nunca passou por essa situação, nós te convidamos a ter um ato de compaixão e tentar entender o quão violento pode ser ter sua identidade constantemente apagada, confundida e ignorada.
|
|
|
A partir disso, busca-se adotar uma linguagem que não destaca o gênero das pessoas (individualmente ou coletivamente). O uso do "@" e do "x" estão bem difundidos, porém ele se restringe a escrita, sendo difícil sua incorporação na comunicação ora. Além disso, a linguagem inclusiva não considera apenas questões de gênero, busca também facilitar a comunicação com pessoas com deficiências visuais, disléxicas, ou que tem como idioma principal as Libras. O "@" e o "x" não são facilmente compreendidos por *softwares* de interpretação de textos, usados por pessoas com deficiências visuais, e dificultando a interpretação do textos por pessoas disléxicas, como bem exemplificado por Hellen Teixeira [nesse texto](http://www.hellen.design/a-linguagem-neutra-exclui-os-deficientes-visuais/). **Sugere-se então que a forma de falar e escrever seja alterada de maneira a não explicitar o gênero, buscando sempre palavras que existem e fazem parte do vocabulário brasileiro e em libras, e, quando necessário, trocando o "a" ou o "o" por "e".**
|
|
|
|
|
|
## Dicas de escrita
|
|
|
|
|
|
**Sugere-se que a forma de falar e escrever seja alterada de maneira a não explicitar o gênero, buscando sempre palavras que existem e fazem parte do vocabulário do português e em libras, e, quando necessário, trocando o "a" ou o "o" por "e".**
|
|
|
|
|
|
Os textos de [Hellen Teixeira](http://www.hellen.design/a-linguagem-neutra-exclui-os-deficientes-visuais/) e [Paula Ribas](https://medium.com/coragem/adotando-a-linguagem-neutra-de-g%C3%AAnero-e509e6e4e06c) trazem diversos exemplos de escrita. As dicas descritas aqui foram baseadas em seus textos.
|
|
|
|
|
|
A dica principal consiste em trocar a palavra binária "os desenvolvedores" por "as pessoas desenvolvedoras". Esse é um exemplo que serve para maioria das palavras. Existem algumas expressões que já tem sua versão neutra, como por exemplo "estudantes".
|
|
|
|
|
|
| Binário | Neutro |
|
|
|
| ------ | ------ |
|
|
|
| Os membros do CTA | A comunidade CTA |
|
|
|
| Os coordenadores da rede | A coordenação/a equipe coordenadora |
|
|
|
| Os participantes do evento | Participantes do evento (ou as pessoas participantes / que participaram do evento)|
|
|
|
| Os diretores | A diretoria|
|
|
|
|
|
|
A tabela a baixo traz exemplos de como frases binárias podem ser adaptadas para o neutro.
|
|
|
|
|
|
| Binário | Neutro |
|
|
|
| ------ | ------ |
|
|
|
|Você está pronto? | Você é uma pessoa pronta / preparada?|
|
|
|
|Ficou interessado | Tem interesse? / Interessou-se?|
|
|
|
|Mantenha-se atualizado | Continue se atualizando|
|
|
|
| Bem vindo/a| Boas vindas|
|
|
|
|O gestor da reunião| A pessoa responsável pela gestão/A gestão foi feita por|
|
|
|
| Vamos jantar juntos? | Vamos jantar, gente?|
|
|
|
|
|
|
Em alguns casos, pode-se não ter uma alterativa neutra, ou não se consiga pensar em um uma adequada. Para esses momentos, se sugere trocar o *a/o* por *e*, e os pronomes "ela/ele" por "elu".
|
|
|
|
|
|
|Palavra binária| Sinônimo Neutro | Sinônimo Neutro (com e)|
|
|
|
| ------ | ------ | ------ |
|
|
|
|Aluno/a| Estudante| Alune|
|
|
|
|Bem-vindo/a| Boas-vindas|Bem-vindes|
|
|
|
| Gestor| Pessoa responsável pela gestão| Gestore|
|
|
|
|
|
|
Outra dica é suprimir os artigos e pronomes sempre que for se referir a alguém. Mesmo quando se sabe o gênero da pessoa, essa prática é boa para que possamos treinar se expressar e se comunicar com as pessoas independente de sabermos seus pronomes,
|
|
|
|
|
|
| Binário | Neutro |
|
|
|
| ------ | ------ |
|
|
|
| A Marina disse| Marina disse|
|
|
|
| Foi ele quem disse | Foi Renan quem disse|
|
|
|
|
|
|
Além dessas pequenas alterações, pensar em uma linguagem acolhedora consiste em repensar como falamos e quais termos usamos. O CTA ainda está estudando como a comunicação escrita pode ser mais facilmente compreendida por pessoas que tem como idioma principal as LIBRAS e também pessoas que não estão acostumadas com termos acadêmicos e técnicos. Estuda-se também conhecer quais palavras tem origem racista, machista, capacitista, gordofóbica, classisita, homofóbica e transfóbica para que possamos tirá-las do nosso vocabulário.
|
|
|
|
|
|
Sugerimos que não se façam perguntas nem comentários constrangedoras e invasivas a ninguém. Como por exemplo, "Você é homem ou mulher?", "Você não parece trans.", "Mas será que se você fizer um esforço você não consegue entender o que está escrito?", "Como você sabe ler se é surdo?". Espera-se que a comunidade do CTA tenha bom senso para saber se comunicar com seus colegas, e saber discernir quando se tem intimidade e amizade para dialogar sobre temas sensíveis. Para além disso, temos buscado dialogar sobre outras temas, como branquitude e masculinidade, para nos entendermos melhor e, como isso, entendermos melhor as outras pessoas.
|
|
|
|
|
|
### Materiais Visuais
|
|
|
|
|
|
Seguem abaixo os primeiros testes de materiais que auxiliam no entendimento do uso de linguagens neutras e acolhedoras. Ambas foram feitas por Victor Gandara no [Krita](https://krita.org/en/), com base em versões em inglês das mesmas. Os arquivos ".kra" ( [1](http://cta.if.ufrgs.br/attachments/6613/poster_ling_neutra_1.kra) e [2](http://cta.if.ufrgs.br/attachments/6614/poster_ling_neutra_2.kra) são as versões para serem abertas no Krita.
|
|
|
|
|
|
![Adaptação feita por Victor Gandara](http://cta.if.ufrgs.br/attachments/download/6611)
|
|
|
|
|
|
![Adaptação feita por Victor Gandara](http://cta.if.ufrgs.br/attachments/download/6612)
|
|
|
|
|
|
### Mas e o "@" e o "x"?
|
|
|
|
|
|
O uso do "@" e do "x" estão bem difundidos, porém ele se restringe a escrita, sendo difícil sua incorporação na comunicação ora. Além disso, a linguagem inclusiva não considera apenas questões de gênero, busca também facilitar a comunicação com pessoas com deficiências visuais, disléxicas, ou que tem como idioma principal as Libras. O "@" e o "x" não são facilmente compreendidos por *softwares* de interpretação de textos, usados por pessoas com deficiências visuais, e dificultando a interpretação do textos por pessoas disléxicas, como bem exemplificado por Hellen Teixeira [nesse texto](http://www.hellen.design/a-linguagem-neutra-exclui-os-deficientes-visuais/). Sugere-se então que a forma de falar seja alterada de maneira a não explicitar o gênero, buscando sempre palavras que existem e fazem parte do vocabulário brasileiro e em libras, e, quando necessário, trocando o "a" ou o "o" por "e".
|
|
|
|
|
|
### Mas não é "errado" gramaticamente?
|
|
|
|
|
|
É, mas a língua é viva, o que significa que pode mudar e se adaptar conforme as necessidades das pessoas que a usam. Além disso, artistas e cientistas como nós vivemos na fronteira entre o que é aceito e comum, e o que é desconhecido. Inovar não é apenas criar novas ferramentes tecnológicas para o mercado, é também se propor a inventar novas maneiras de existir no mundo. Por isso, o simples fato de algo não ser "gramaticamente correto" não é impedimento para que seja usado.
|
|
|
|
|
|
## Material de Apoio
|
|
|
|
|
|
* [18 expressões racistas que você usa sem saber](https://www.geledes.org.br/18-expressoes-racistas-que-voce-usa-sem-saber/)
|
|
|
* [A expressão que eu usei é problemática?](https://cronicasdecidada.wordpress.com/2016/03/24/a-expressao-que-eu-usei-e-problematica/)
|
|
|
* [Expressões capacitistas que deveriamos deixar de usar](http://ocabide.com/?tag=capacitismo)
|
|
|
* [Deixando o x para trás na linguagem neutra de gênero]( https://partidopirata.org/deixando-o-x-para-tras-na-linguagem-neutra-de-genero-por-juno/)
|
|
|
* [Linguagem neutra exclui os deficientes visuais](http://www.hellen.design/a-linguagem-neutra-exclui-os-deficientes-visuais/)
|
|
|
* [Adotando a linguagem neutra](https://medium.com/coragem/adotando-a-linguagem-neutra-de-g%C3%AAnero-e509e6e4e06c)
|
|
|
* [Guia de boas práticas para diversidade](https://serrapilheira.us19.list-manage.com/track/click?u=dfeae7428dc8c01c415ffc249&id=3c199ef05b&e=aedc7d0dbd)
|
|
|
* [Explicação, em inglês, do uso da expressão "Latinxs" e "Latinex"](https://medium.com/@puentera/latino-latinx-latine-a3b19e0dbc1c)
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Em anexo estão os materiais de apoio nos quais esta paǵina deve se basear.
|
|
|
|
|
|
![](http://cta.if.ufrgs.br/attachments/6467/pronomesneutrostirinha.png)
|
|
|
|
|
|
![](http://cta.if.ufrgs.br/attachments/6468/pronomesneutros.png)
|
|
|
|
|
|
Ambos trabalhos retirados do instagram @doviade
|
|
|
|
|
|
## Como tratar o assunto em questionários?
|
|
|
|
|
|
As vezes precisamos fazer perguntas em questionários e podemos não saber exatamente como perguntar. Seguem aqui algumas sigestões baseadas [nas dicas de Nick](https://www.instagram.com/p/CGYYsb0JgLQ/?igshid=1hgfvcymuhvoq) (no instagram @nicknagari). **As informações que compartilhamos aqui são um estudo em andamento, e ainda há muito o que estudar e entender.**
|
|
|
|
|
|
Iniciamos pensando "Qual pergunta deve ser feita?".
|
|
|
* Opte por perguntar:
|
|
|
* Qual o seu gênero?
|
|
|
* Você é. . . ?
|
|
|
* Evite perguntar:
|
|
|
* Como você se identifica?
|
|
|
* Qual o seu sexo biológico?
|
|
|
|
|
|
O importante é se perguntar: por qual motivo o gênero é importante para minha pergunta? É necessário saber o gênero, ou saber o pronome já basta? Caso você vá intergir com a pessoa, lembre-se sempre de perguntar seus pronomes (para mais dicas de uma linguagem neutra e acessível, beja os itens anteriores).
|
|
|
|
|
|
* Como você prefere que te chamem?
|
|
|
* Pronomes femininos ("**ela** é **a** Maria")
|
|
|
* Pronomes masculinos ("**ele** é **o** João")
|
|
|
* Pronomes neutros ("**elu** é Ariel")
|
|
|
* Prefiro não declarar
|
|
|
|
|
|
Pode-se também adicionar a questão "tanto faz" ou dar a opção de múltipla escolha, para pessoas que se identificam com mais de um pronome.
|
|
|
Caso seja importante perguntar gênero, Nick nos dá algumas dicas. Para questionários padrões, não faz diferença saber se a pessoa é cis ou trans. Ainda assim, é bom indicar que incluem-se pessoas trans para mostrar uma intenção inclusiva.
|
|
|
|
|
|
* Questionário padrão
|
|
|
* Mulher (cis ou trans)
|
|
|
* Homem (cis ou trans)
|
|
|
* Não-binário
|
|
|
* Prefiro não declarar
|
|
|
|
|
|
Note que não basta dar as opções "homem" e "mulher", pois existem pessoas que não são nem um nem outro, como pessoas não-binárias. É possível ainda incluir idendidades que se destacam dentro do guarda-chuva não-binário, como "travesti" e "transmasculine", porém é preciso mais aprofundamente no estudo desse tópico para entender suas nuances. É possível também incluir a opção "outro", dependendo da finalidade do seu questionário essa opção pode dificultar a análise dos dados, ou pode não ser um problema.
|
|
|
|
|
|
Se você precisa saber sobre o corpo, além das perguntas sobre o gênero, possivelmente serão necessárias fazer outras perguntas. De qualquer forma, ao perguntar sobre o gênero, não o confuda com "sexo biológico". Se por algum outro motivo esse recorte for necessário na pesquisa, a sugestão de Nick é perguntar da seguinte forma:
|
|
|
|
|
|
* Qual o seu gênero? (Marque a opção com a qual você se sinta mais confortável)
|
|
|
* Mulher cis (que não é trans)
|
|
|
* Mulher trans
|
|
|
* Homem cis (que não é trans)
|
|
|
* Homem trans
|
|
|
* Não-binário
|
|
|
* Prefiro não declarar
|
|
|
|
|
|
Da mesma forma, pode-se incluir as opções "travesti", "transmasculine" ou outro. Note que entre parenteses tem uma breve explicação do que é "cis". Essa explicação é sugerida porque nem todo mundo sabe o que significa "cis", principalemnte as pessoas "cis" e que nunca refletiram sobre o assunto. Sem essa explicação elas podem não entender e pensar que não tem uma opção que as representa.
|
|
|
|
|
|
Geralmente o CTA não precisa saber se a pessoa é cis ou trans, apenas saber os pronomes das pessoas. Pode ser interessante termos essa informação, por isso podemos seguir as intruções acima, ou buscar pode novas. Por vezes, queremos dar espaço pessoas de minorias sociais, como em seleções internas. Para isso, nossa colega @mfreitas sugere que a seguinte questão seja feita:
|
|
|
|
|
|
* Buscamos promover maior equidade nas ciências e tecnologia, por isso escolhemos dar preferência por projetos apresentados por pessoas que pertencem a grupos minorizados. Motivados por isso, te perguntamos: você pertence a alguma minoria social?
|
|
|
* (Marque todas as respostas que se aplicam a você.)Sim, sou uma pessoa de baixo nível socio-econômico
|
|
|
* Sim, sou uma pessoa negra (autodeclarada preta ou parda)
|
|
|
* Sim, sou uma pessoa LGBTQIA+
|
|
|
* Sim sou mulher
|
|
|
* Sim, sou indígena
|
|
|
* Não me considero pertencente a nenhuma minoria social
|
|
|
* Prefiro não responder
|
|
|
|
|
|
A explicação inicial tem a intenção de justificar a pergunta e ser menos invasiva. A pessoa pode se sentir ameaçada por ter que identificar suas identidades minorizadas, por isso é importante mostrar que a intenção é acolhedora. Além disso, é sempre bom deixar a opção "prefiro não responder", porque ninguém é obrigado a nada.
|
|
|
|
|
|
# Identidade de Gênero e Orientação sexual
|
|
|
|
|
|
Esse material ainda está em construção, aqui devem conterem infos que diferenciam:
|
|
|
* Identidade Gênero;
|
|
|
* Expressão de Gênero;
|
|
|
* Sexo biológico;
|
|
|
* Atração sexual;
|
|
|
* Atração romântica.
|
|
|
|
|
|
Devemos então falar sobre o [Unicórnio do Gênero](https://revistatransgnero.wordpress.com/2016/12/06/o-unicornio-de-genero/) e sobre o [Unicórnio Radical](
|
|
|
|
|
|
### Pessoas para seguir nas redes sosicias
|
|
|
|
|
|
@genipapos , @gabyalmeidamm , @fefeliciom , @alinadurso , @transpreta , @afrotranscendente , @nicknagari , @apenascup , @profaleticia_ , @gabrielaloran , @transcurecer (que é física e gamer, maravilhosa), @blogueiratrans , @transboylife_
|
|
|
|
|
|
# Assédio - Combate e Prevensão
|
|
|
|
|
|
Pesquisas sobre o tema no CTA ainda estão no início, vamos registrar aqui algumas informações e criar uma material completo com o tempo. O material de referência é o [Guia de Prevenção produzido pelo coletivo Educando para a Diversidade, da Unesp](uploads/0dbf405856a1da2334a5d8ba29ebc357/guia_prevencao_assedio.pdf).
|
|
|
|
|
|
## O que é assédio sexual?
|
|
|
|
|
|
Todo comportamento verbal, não verbal ou físico, de natureza sexual e não desejado nem solicitado pela pessoa que o recebe, que tenha o propósito ou produza o efeito de atentar contra a integridade física ou psicológica de outra pessoa. (segundo o guia da unesp).
|
|
|
Ou seja, quando alguém, qualquer pessoa, faz algo a alguém sem o consentimento desse alguém com a finalidade de humilhar, tirar proveito, se beneficiar, ou para alcançar algum objetivo de interesse próprio.
|
|
|
|
|
|
**Exemplos**
|
|
|
|
|
|
* Comentários e observações insinuantes e comprometedoras sobre a aparência física ou sobre a personalidade da pessoa assediada.
|
|
|
* Convites extra-acadêmicos não solicitados que podem ser interpretados com o propósito de manter uma relação de intimidade ou de natureza sexual. Por exemplo, oferecimento de ajuda desnecessária para realizar uma tarefa de aula ou até mesmo fora do escopo acadêmico.
|
|
|
* Olhares ou gestos de natureza sexual que causam desconforto.
|
|
|
* Busca repetitiva, deliberada e desnecessária de encontros únicos com a pessoa em tempos e lugares não acadêmicos usando uma situação de poder ou de assimetria.
|
|
|
* Contato físico não solicitado e além do formal, com intimidade não construída, como toques, beijos, carícias, tapas e abraços. Abordagem física desnecessária e excessiva, seja durante aulas ou reuniões, ou especialmente quando a pessoa que está sozinha com o assediador.
|
|
|
* Insistência em qualquer um dos comportamentos anteriores, especialmente se houver uma relação de hierarquia ou assimetria de gênero.
|
|
|
|
|
|
## Assédio sexista
|
|
|
|
|
|
O assédio sexista é definido como qualquer tipo de comportamento, intencional ou não, que seja discriminatório por causa de sexo ou gênero e que tenha o efeito de criar um ambiente intimidatório ou degradante.
|
|
|
|
|
|
**Exemplos**
|
|
|
|
|
|
* O uso de humor sexista no ambiente acadêmico ou no ambiente de trabalho da Universidade que seja ofensivo para a (s) pessoa(s).
|
|
|
* Ignorar contribuições, comentários ou ações de trabalho, invisibilizando uma pessoa social e profissionalmente.
|
|
|
* Atribuir tarefas baseadas em preconceitos sexistas. Por exemplo, que se destinem apenas projetos menos complexos e pouco visíveis para alguém por conta de seu sexo, gênero ou expressão sexual. Ridicularizar, usar expressões pejorativas ou menosprezar as habilidades e o potencial intelectual de uma determinada pessoa ou grupo por pertencer a um certo sexo, seja na sala de aula ou no ambiente profissional.
|
|
|
* Ridicularizar/criticar as licenças de paternidade ou maternidade
|
|
|
* Agredir fisicamente ou verbalmente para mostrar a superioridade de um sexo sobre o outro em corredores, festas, eventos culturais ou esportivos.
|
|
|
|
|
|
## Assédio por orientação sexual
|
|
|
|
|
|
Qualquer conduta ou ação contra uma pessoa por causa de sua orientação sexual que possa ser considerada ofensiva, humilhante, violenta, intimidadora e que tenha o propósito ou efeito de ameaçar sua dignidade e criar um ambiente discriminatório ou degradante.
|
|
|
|
|
|
**Exemplos**
|
|
|
|
|
|
* Ignorar contribuições, comentários ou ações (excluir, não levar a sério).
|
|
|
* Tratar as pessoas desigualmente, com base em sua homossexualidade, bissexualidade ou * identidade de gênero ou a percepção delas.
|
|
|
* Fazer piadas de caráter homofóbico, lesbofóbico ou bifóbico no ambiente acadêmico ou no ambiente de trabalho da Universidade que seja ofensivo para a(s) pessoa(s) receptora(s).
|
|
|
* Subestimar o trabalho que foi feito por causa de sua orientação sexual. Recusar-se a nomear uma pessoa trans como ela deseja ou deliberadamente usar artigos ou pronomes que não correspondam ao gênero com o qual ela se identifica.
|
|
|
* Ridicularizar a pessoa em relação à sua orientação sexual. Expulsar e/ou questionar pessoas com expressões ou identidades de gênero não normativas por estarem em certo banheiro/vestiário.
|
|
|
* Dirigir-se às pessoas de maneira ofensiva.
|
|
|
|
|
|
## Assédio por expressão e identidade de gênero
|
|
|
|
|
|
Qualquer comportamento ou conduta que, por razões de expressão ou identidade de gênero, seja feita com o propósito ou efeito de violar a dignidade e criar um ambiente intimidador, hostil, degradante, ofensivo ou segregado.
|
|
|
|
|
|
**Exemplos**
|
|
|
|
|
|
* Recusar-se a nomear uma pessoa trans como ela deseja ou deliberadamente usar artigos ou pronomes que não correspondam ao gênero com o qual ela se identifica.
|
|
|
* Ridicularizar a pessoa em relação à sua orientação sexual.
|
|
|
* Expulsar e/ou questionar pessoas com expressões ou identidades de gênero não normativas por estarem em certo banheiro/vestário.
|
|
|
* Dirigir-se às pessoas de maneira ofensiva.
|
|
|
* Subvalorizar as capacidades, as habilidades e o potencial intelectual da pessoa em relação à sua expressão ou identidade de gênero, ignorando ou excluindo suas contribuições, comentários ou ações em razão de sua expressão ou identidade de gênero.
|
|
|
* Fazer “piadas” transfóbicas ou interfóbicas no ambiente acadêmico ou no ambiente de trabalho da Universidade que sejam ofensivas para a(s) pessoa(s) receptora(s).
|
|
|
|
|
|
|
|
|
## Tá, agora eu entendi o que é assédio, mas o que eu faço se:
|
|
|
|
|
|
### Se alguém me conta uma situação de assédio recente, como devo agir?
|
|
|
|
|
|
* Ouça com atenção e respeito, sem fazer julgamentos, transmita segurança de que sua escuta é segura e que você vai manter segredo;
|
|
|
* Não faça perguntas apenas por curiosidade mórbida, ou até, fetiche, deixa a pessoa falar apenas o que ela está confortável para compartilhar;
|
|
|
* Ofereça ajuda, indicando os caminhos ou para apoio psicológico,
|
|
|
* Ofereça ajuda para fazer denúncias pelos canais oficiais da universidade, empresa, ou da polícia, mas lembre-se que nem sempre a pessoa quer fazer a denúncia e isso não significa que ela está errada ou mentindo;
|
|
|
* Todas as pessoas, independentemente da posição, têm o dever de agir em todos os casos de assédio:
|
|
|
* professor - aluno, chefe - funcionário.
|
|
|
* aluno - professor; aluno - funcionário; funcionário - chefe.
|
|
|
* entre estudantes; entre funcionários: entre chefes.
|
|
|
* Não busque motivos para o assédio, a culpa nunca é de quem sofreu o assédio;
|
|
|
* Não estigmatize a pessoa que sofreu um assédio como vítima, apesar da situação de violência, ela é muito mais do que essa situação;
|
|
|
* Lembre-se, história de assédio não é fofoca, mesmo que um caso tenha se tornado público, pense duas vezes antes de contar essa história, omita detalhes mórbidos e não revele a identidade da vítima;
|
|
|
* Evite perguntas do tipo:
|
|
|
* O que você fez para provocar isso?
|
|
|
* Tem certeza que isso aconteceu?
|
|
|
* Mas nem foi tão grave assim.
|
|
|
* Ninguém é obrigado a saber seu pronome.
|
|
|
* Mas também, ela não sabia que você era uma mulher.
|
|
|
* Mas não é isso que gays fazem?
|
|
|
|
|
|
## E se uma situação de abuso for recorrente, mas a(s) vítima(s) não quiserem denunciar?
|
|
|
|
|
|
Caso você ache necessário, se organize com colegas e professores e busquem os meios institucionais para denúncia. Caso não seja possível, busque informar pessoas envolvidas com o/a agressor/a para que se protejam ou evitem interações com essa pessoa.
|
|
|
Não insista que a vítima faça uma denúncia se ela não se sente confortável para isso. Existem diversos motivos que podem levar uma vítima de assédio a não querer fazer a denúncia, entre eles o medo do contragimento e de ser retaliada, ou ser proficionalmente prejudicada.
|
|
|
Lembre-se sempre que o apoio e acolhimento são voltado para que a vítima supere essa situação, o foco nãu deve ser, nunca, apenas punir e se vingar do agressor.
|
|
|
**Não faça d agressor o protagonista desta história.**
|
|
|
|
|
|
### Como saber se o que aconteceu foi mesmo um assédio?
|
|
|
|
|
|
Se você vivenciou alguma situação, mas não tem certeza de que foi um assédio, esses são alguns sinais:
|
|
|
* Quando há uma relação hierárquica entre duas pessoas, o assédio pode aparacer na forma de pedidos de favores e comentários feitos são de conotação sexual, como elogios ao corpo e a roupas sensuais, e que passam a ideia de que se você não aceitar o convite, ou elogios, você sofrerá alguma retaliação, ou, ainda, se você aceitar, vai ganhar benefícios e vantagens;
|
|
|
* Olhares ou gestos lascivos que lhe deixem desconfortável; atenção exagerada e inadequada ou bondade que manifesta uma intencionalidade sexual que você não quer corresponder.
|
|
|
* Mostrar material que seja humilhante ou ofensivo por causa de seu caráter sexista, homofóbico, bíblico, lesbofóbico ou transfóbico.
|
|
|
* Contato físico deliberado, não solicitado e desnecessário, como tocar, esfregar, apertar ou beliscar.
|
|
|
* Brincadeiras ofensivas.
|
|
|
* Se a situação de traz um sentimento de culpa pela sensação de que você fez algo para merecer o assédio, ou por não haver feito o suficiente para pará-lo.
|
|
|
* Zombaria ou ridicularização pública dos direitos reconhecidos sobre igualdade e diversidade, como o pedido de licença de maternidade ou paternidade, ou horários que permitam conciliação de atividades pessoais e laborais , ou o uso de uma linguagem inclusiva e não sexista.
|
|
|
* Quando em situações que envolvem o agressor, ou o trabalho associado a ele, se surgem problemas de concentração e atenção, dificuldade para o rendimento acadêmico e desempenho das tarefas do trabalho;
|
|
|
* confusão, ideia de que algo não "encaixa" ou está ruim. Problemas de hiperatividade e hipervigilância que podem causar insônia, pesadelos, enxaquecas, problemas digestivos e cutâneos; desconforto, baixa autoestima, irritabilidade, desânimo, sentimentos de impotência, ira, ansiedade e quadros depressivos; abandono de estudos ou trabalho e sobrecarga emocional e física.
|
|
|
|
|
|
### Se for uma situação em que você está sofrendo assédio:
|
|
|
* Analise a situação ou comportamento assim que possível: anote dados como datas, locais e pessoas que foram testemunhas ou que conhecem a situação.
|
|
|
* Acumule provas: salve todos os e-mails e mensagens que você recebeu.
|
|
|
* Tente descobrir se outras pessoas no mesmo ambiente também sofreram assédio.
|
|
|
* Converse com seu superior ou com a pessoa responsável pelo seu curso.
|
|
|
* Você pode confrontar seu perseguidor, desde que se sinta capaz disso. Diga a essa pessoa que comportamentos específicos não podem ser repetidos.
|
|
|
* Não mantenha o assédio em segredo. Diga às pessoas em quem você confia. Encontre suporte.
|
|
|
* Como fazer a denúncia (acrescentar aqui)
|
|
|
|
|
|
### E se eu for acusado de ter cometido assédio (sexual, sexista, de orientação sexual ou identidade de gênero)?
|
|
|
|
|
|
Até onde eu conheça, nunca vi um guia para o que agressores devem fazer, mas eu acho importante conversarmos sobre isso porque nem sempre o agressor entende que cometeu uma violência
|
|
|
|
|
|
Vamos imaginar alguns cenários:
|
|
|
|
|
|
**Fui acusado de assédio, mas acho que sou inocente:**
|
|
|
|
|
|
Esse é um momento crucial para refletir, dê alguns passos para trás e saia da defensiva, conversa com pessoas da sua confiança sobre a situação. A cultura em que fomos criada nos ensina determinados padrões de comportamento que são violentos: são machistas, racistas, lggbti+fóbicos, capacitisvas e transfóbicos. Então não é impossível que qualquer pessoa aqui, por mais legal e bem intencionada que seja, cometa, de forma não intencional, violências como assédio sexual, sexista, de orientação sexual ou pela identidade de gênero. Mas isso não é desculpa para continuar agindo e reproduzindo essas violências. Por isso, se você for acusado de assédio, ou outra violência, ou perceber que tem algum comportamento violento e ofensivo, reflita seriamente sobre a situação, sem ficar na defensiva.
|
|
|
Se sua reflexão levar a conclusão de que realmente você foi um agressor, ou que reproduz essas violências, mesmo que não intencionalmente, busque ajuda e suporte para mudar seus comportamentos, leia sobre o assunto, forme grupos de estudo e conversa, faça terapia.
|
|
|
Se for adequado, e não for aumentar a violência, peça desculpa as vítimas, se for o caso, se afaste das pessoas afetadas, aceite possíveis consequências legais e institucionais das suas ações, e trabalhe muito para não repetir mais essas ações.
|
|
|
Ao admitir a responsabilidade, não se coloque como protagonistas dessa história. Não tem nada mais ridículo que um agressor que se faz de vítima e coitadinho “estou tentando me descontruir”.
|
|
|
|
|
|
**Fui acusado de assédio sexual, e sei que sou culpado**
|
|
|
|
|
|
* Aceite as possíveis consequências legais e institucionais das suas ações, colabore com investigações.
|
|
|
* Se afaste das pessoas afetadas direta e indiretamente pelas suas ações;
|
|
|
* Busque ajuda e suporte para mudar seus comportamentos;
|
|
|
* Ao admitir a responsabilidade, não se coloque como protagonistas dessa história. Não tem nada mais ridículo que um agressor que se faz de vítima e coitadinho “estou tentando me descontruir”.
|
|
|
|
|
|
### Referências
|
|
|
|
|
|
* [Guia de Prevenção produzido pelo coletivo Educando para a Diversidade, da Unesp](uploads/0dbf405856a1da2334a5d8ba29ebc357/guia_prevencao_assedio.pdf).
|
|
|
|